terça-feira, 1 de novembro de 2016

VIII

Quanto vale a frase "Amo-te" quando é repetida vezes sem conta como desculpa ou argumento para encerrar uma discussão ou debate de ideias?
Penso e falo com os meus botões sobre esta questão.
Ao longo do meu percurso ouvi essa frase e na realidade ela não queria dizer nada, as palavras eram ocas.

O que significa então "Amo-te"? Como sei que é real? Será que a intensidade da frase se perde com o tempo?

Uma das vezes que me disseram a maravilhosa frase, eu tinha 18 anos e estava completamente perdida de amores por um colega da faculdade que estudava Geografia.
Ao som de Pedro Abrunhosa no Parque das Nações numa passagem de ano, saiu do meu lado e foi para o meio da rua gritá-lo.

É uma boa recordação que tenho pela forma arrojada como o fez, confesso...
Três meses depois de tão ousada e pública declaração, convidou-me para tomar café e deu-me a conversa do "A culpa não é tua, é minha. Mereces muito melhor que eu, apenas te faço mal".
Todos nós já ouvimos isto em alguma altura, eu ouvi-o logo no início de pensar em relações em vez de namoricos.

Quanto valia aquele "Amo-te" em frente dos meus colegas e amigos e dos milhares de pessoas que se juntaram para aquela passagem de ano?

Esses loucos anos em que eu apenas queria disfrutar de tudo como se não existisse um amanhã, em que eu era ainda mais romantica incurável do que sou agora, pois a idade trouxe o cepticismo, a incapacidade de acreditar.

Mas até que ponto estamos vivos se deixarmos de acreditar que é possível? Porque podemos magoar-nos mas vamos deixar de tentar?

Como um bom amigo me diz "Hearts are meant to be broken" mas seria tão melhor se não acontecesse.

Sofia P.

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