quinta-feira, 29 de agosto de 2013

III



Não me canso de vir até aqui... Dá-me paz e ajuda-me a reflectir...

Dou por mim a pensar em compatibilidades, em como o facto de elas existirem ou não, acaba por ser totalmente irrelevante na incessante busca pelo par ideal, pela cara metade para toda a vida.
 
Falamos tantas vezes nisso...  encontrar a pessoa certa mas na verdade ela não existe.  Apenas existe a busca egoista pela satisfação pessoal, pelo prazer... e por essa busca se sacrificam valores onde assentam conceitos como familia, lealdade, fidelidade, monogamia e amor.
Sacrifica-se a ideia de construir algo a dois pela satisfação de um, pelo hedonismo que cada vez mais domina o que me rodeia. Deixaram de existir coisas “especiais” para serem trocadas pelo “rápido”, “fácil” e “vulgar”, mas não para mim. Posso ser antiquada, retrógada mas não quero deixar de acreditar no “especial”.

Já conheci pessoas que eram compatíveis comigo quase a nível celular mas que nunca seriam parceiros ideais para mim.
Pessoas  em que o simples toque no braço liberta uma descarga eléctrica a que o corpo imediatamente responde, que conseguem ler os meus pensamentos apenas a olhar-me nos olhos, pessoas em que a química é tão forte que é quase palpável e desconfortável para os outros que estejam perto ou mesmo pela forma como gravitamos em redor umas das outras sem termos noção que o fazemos. 

Descobri que este nível de compatibilidade não funciona amorosamente, irónico não é?
Também descobri que nada se perde - conseguem-se grandes amizades com essas pessoas.
Conheci pessoas que nada têm a ver comigo e que me proporcionaram momentos verdadeiros e felizes, logo chego à conclusão que compatibilidade não é sinónimo de felicidade ou de possibilitar que as relações funcionem.  

Já pensei que tinha o resto da minha vida planeada e que sabia exactamente como se ia desenrolar e de um momento para o outro deu uma volta de 180 graus.

Era compatível?

Talvez sim, talvez não... Quando gosto de alguém moldo-me, cedo e adapto-me. 

Porquê?

Desde que não perca quem eu sou na minha essência, desde que não me anule, desde que não comece a viver a minha vida pelos outros, nada tem de errado moldar, ceder e adaptar.

Porque acredito que vale a pena continuar a lutar pelo “especial”, compatível ou não.

1 comentário:

  1. E não existe características que possamos escolher para o especial.. Simplesmente o é.

    E tens razão.. nada tem a ver c compatibilidade.

    Tem a ver c magia.. a mm magia q existe em n adiantar de nada ter toda a vida planeada.. ;)

    Estamos vivos, e a vida vive-se um dia de cada vez, procurando sempre o especial e o mágico..

    beijinho grande

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